domingo, 22 de março de 2009

Para ser um ótimo profissional do direito

Comprei a revista Getulio deste mês e me deparei com as seguintes opiniões:

"Um homem da lei - seja advogado ou jurista -, tem de ler literatura, ir ao cinema, ao teatro, pois precisa de uma leitura do mundo que o ajude a interpretar hermeneuticamente o texto jurídico" (João Manual dos Santos Cunha, entrevistado pela Getulio)

"Uma vez um jovem estudante perguntou a um ministro da Suprema Corte Americana o que precisaria fazer para se tornar um grande advogado. O ministro respondeu: 'Primeiro esqueça que você quer ser um grande advogado. Leia, vá ao cinema, teatro, leia os clássicos gregos, assista às melhores peças. Com isso terá uma formação cultural básica essencial que permitirá ser um excelente advogado..." (Nelson Eizikik)

A busca pela especialização desde o berço fez das faculdades espaços de construção da ignorância sem fim. Fico feliz com a mudança de perspectiva que se avizinha pela frente. Talvez fruto da crise econômica. Dinheiro não compra um tipo de saber que só mentes criativas e sensíveis são capazes de desenvolver: cultura.

Um abraço e bom início de semana.
Evandro.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Marco Zero

O blog Culturas Jurídicas tem como objetivo discutir o direito dentro de uma perspectiva de abertura à alteridade, fazendo-nos ter consciência que a nossa maneira de pensar os nossos direitos estão ligados a nossas maneiras de pensar o mundo e que há maneiras diferentes de pensar o “jurídico” em nossas diversas sociedades.

Três eixos de reflexão inspiram o conteúdo deste blog: direito comparado, multiculturalismo e pluralismo jurídico. Eles nos convidam a reexaminar as relações que as nossas sociedades mantêm com o direito, não mais em termos de linhas de demarcação e de sistemas jurídicos formais, mas como uma dimensão da vida que se insere na dinâmica global, incorporado na totalidade sociocultural, a partir da qual o direito poderá ser pensado.

O blog Culturas Jurídicas inaugura, portanto, um espaço novo de interação entre visões de mundo a respeito deste fenômeno social chamado “direito”. Logo, não só juristas, mas também antropólogos, filósofos, cientistas políticos, internacionalistas, sociólogos, etc., estão convidados a se unir a nós no desenvolvimento deste debate e a fazerem parte desta revista. Quanto aos leitores, convidamos a se aventurar nesta “desaprendizagem” dos esquemas de pensamento unitários e centralizados sem o qual será particularmente difícil ter um olhar novo sobre o mundo, sobre nossas sociedades e sobre nós mesmos.